21 janeiro 2008

Causeries du Lundi

Entre texto de flamenco e a reportagem do Danny também resolvi dar uma lida no livro Jornalismo Cultural, do Daniel Piza, editor-executivo e colunista cultural do Estadão. Estou ainda nos primeiros capítulos, nos quais ele conta um pouco da história da crítica cultural. Talvez mais adiante na leitura o próprio autor possa esclarecer uma dúvida que tive ao ler: será que todo jornalista de cultura tem que ser um também um crítico cultural? É claro que o jornalismo em geral pressupõe uma certa dose de espírito crítico, mas no caso da história do jornalismo cultural, ou dos fragmentos de história escolhidos por Piva, todos os nomes citados aparecem por causa do peso que tiveram seus textos de crítica cultural. Se isso for verdade, não é normal que hoje em alguns veículos a crítica venha separada - graficamente inclusive - do que é considerado jornalismo imparcial. Acho que essa divisão nem sempre existiu, ou assim parece, a julgar pelos "primeiros jornalistas culturais".
Isso me fez lembrar o documentário sobre o João Cabral que assisti no ano passado para escrever a reportagem Morte e Vida Sevilhana. No filme Cabral diz que só se tornou escritor por que não tinha conhecimento suficiente para ser crítico de literatura. Sua vontade inicial não era escrever poesia, mas criticar. Posso compreender que ele quis dizer que para ser crítico é preciso ter mais conhecimento do que para ser escritor. Também é preciso ter mais conhecimento para ser crítico do que para ser jornalista cultural? E se isso for verdade, são os críticos muito geniais ou os jornalistas é que precisam conhecer mais?

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